“Nunca é tarde demais para ser aquilo que sempre se desejou ser.” (George Eliot)
Gostaria de falar sobre a segunda-feira e propor uma reflexão sobre como dois elementos encaram tão diferentemente esta mesma data.
Pare para pensar e imagine o quanto uma pessoa desempregada espera pela segunda-feira. Muitas vezes, o profissional passa o domingo procurando vagas nos jornais ou pela internet e se enche de esperança quando encontra uma oportunidade, uma entrevista para uma vaga.
Se a entrevista está agendada para segunda-feira, ele acorda bem cedo, se arruma com todo capricho e cuidado, coloca a melhor roupa, se enche de entusiasmo e parte para a seleção com muita motivação, pró-atividade e vontade de vencer. Em sua mente geralmente mentaliza fatos positivos e promete que, se a vaga lhe for concedida, fará jus à confiança e dará o melhor de si para as expectativas do contratante. Esse otimismo e performance ocorre normalmente com quem sai de casa na segunda-feira, aposta tudo nesse dia e espera ser contratado.
Por outro lado, como palestrante comportamental, tenho visitado algumas empresas e escutado da liderança que muitos funcionários chegam na segunda-feira de manhã desmotivados, cansados, mal humorados, com cara de poucos amigos e alguns contrariados pelo fato de ter que abrir mão de um programa no domingo à noite para poder chegar tão cedo na segunda-feira para trabalhar.
Segundo estudos do IPOM – Instituto de Pesquisa e Orientação da Mente, de cada dez profissionais consultados, sete não estão satisfeitos com a sua carreira ou emprego.
Analise como você está hoje e responda: seus pensamentos, atitudes e motivação continuam iguais aos de quando foi trabalhar no primeiro dia? Se a resposta foi sim, parabéns, você faz parte da minoria.
Se a resposta foi não, eu lhe pergunto: onde está todo aquele entusiasmo, aquele brilho nos olhos e a alegria contagiante do começo?
Por que será que acontece isso com tanta gente? Dados da pesquisa realizada pela Talenses, consultoria de recrutamento executivo, apontam que a Geração Y, (pessoas nascidas a partir da segunda metade da década de 1980), é a que mais muda de emprego. Destes profissionais, 71% ficam de três a seis meses numa mesma companhia, o que torna a motivação e retenção desses talentos um grande desafio para a liderança contemporânea.
Outro dia tive uma conversa com um rapaz, de 21 anos, que estava reclamando da sua carreira profissional. Ele mencionou que pretendia trocar de emprego, pois estava na empresa há cinco meses e era obrigado a fazer horas extras três vezes na semana, o que o desagradava muito.
Na última vez que o encontrei, ele disse que estava gostando do emprego, mas já estava procurando outro, afinal, ele agora não precisava fazer horas extras. O chefe era bacana, mas a empresa estava atrasando seu pagamento e isso o chateava muito.
Eu penso que podemos buscar uma melhor recolocação, no entanto, é primordial trabalhar com o que gosta, fazer o que ama, e lembrar que nenhuma empresa é perfeita, como nós também não somos. Podemos almejar uma melhora contínua, mas a base da felicidade é valorizar o que já foi conquistado.
Se estiver insatisfeito, de baixo astral ou de mal com a vida, peça para sair, entregue o boné e vá para casa, mas, enquanto estiver vestindo a camisa da empresa, mantenha a chama acessa e dê o melhor de si. Lembre-se que é a sua imagem como profissional e também a da organização que estão em jogo.
Então comece a semana, o ano letivo com uma injeção de ânimo extra, de uma forma mais inovadora, comprometida e apaixonada, como no primeiro dia. Você perceberá que seus resultados serão cada vez mais positivos, até porque a vida muda quando a gente muda.
Erik Penna